terça-feira, 30 de novembro de 2010

Leve como o vazio

Toda poesia vazia
seria a verdadeira poesia?


Mesmo na ausência de tudo,
no mais pleno vazio,
o nada não há.

Assim, o que há
é o verbo plenamente
encantado,
um ritmo restante
flutuante, vibrante
na mais fina tonalidade,
sem massa,
em todos os tons:
O poema original.

Assim, de ser haveria
que toda Poesia fosse vazia.
Vazia de tudo. Leve,
sem pretensão de pesar,
sem pretensão de ocupar.

Sempre sem pretensão...

…a poesia deve sempre,
qualquer que seja a sua força,
ser capaz de voar,
fugir para o infinito
fugir...
levando para lá
almas, mentes e corpos
que na leitura já flutuam.