Minha vida tão vivida
vida que se estremece
se contrai e se alonga
perde e ganha
velhas e novas raízes.
Não costumo vacilar
diante dos teus desafios.
Não costumo renunciar
nem abdicar
dos meus seletos postos de observação
dos meus assentos mais confortáveis
de onde meus olhos e o meu coração
contemplam tudo aquilo que amo.
Amo através das ações,
Através das palavras,
do pensamento,
dos olhares e do silêncio.
Alegres e fecundos
mesmo quando
solitários desertos.
Vida que há e que sempre haverá
contida e secreta na minha solidão.
Profunda e real porque uma
vida em silêncio é uma vida que ama e uma
vida que ama é um imenso abrigo aberto para o
mundo inteiro.
Uma ponte suspensa que o meu espírito constrói
sobre a escuridão e os abismos da minha própria mente;
sobre as assustadoras ravinas e precipícios da melancolia;
sobre as gargantas escuras dos medos e terrores
que me impediam de ir além.
Somente quem ama compreende toda a beleza e
a alegria do silêncio, pois o verdadeiro silêncio
é a linguagem dos amantes.
Um jardim fechado
onde o meu espírito floresce.
Uma fonte selada que somente o meu
coração pode desvendar e abrir
para saciar a minha sede pelo infinito.