segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Desértico

Minha vida tão vivida 
vida que se estremece
se contrai e se alonga
perde e ganha 
velhas e novas raízes.

Não costumo vacilar
diante dos teus desafios.
Não costumo renunciar 
nem abdicar
dos meus seletos postos de observação
dos meus assentos mais confortáveis
de onde meus olhos e o meu coração
contemplam tudo aquilo que amo.

Amo através das ações,
Através das palavras,
do pensamento,
dos olhares e do silêncio.

Alegres e fecundos 
mesmo quando 
solitários desertos.

Vida que há e que sempre haverá
contida e secreta na minha solidão.
Profunda e real porque uma
vida em silêncio é uma vida que ama e uma
vida  que ama é um imenso abrigo aberto para o
mundo inteiro.

Uma ponte suspensa que o meu espírito constrói 
sobre a escuridão e os abismos da minha própria mente; 
sobre as assustadoras ravinas e precipícios da melancolia;
sobre as gargantas escuras dos medos e terrores
que me impediam de ir além.

Somente quem ama compreende toda a beleza e
a alegria do silêncio, pois o verdadeiro silêncio 
é a linguagem dos amantes.

Um jardim fechado
onde o meu espírito floresce.
Uma fonte selada que somente o meu
coração pode desvendar e abrir 
para saciar a minha sede pelo infinito.


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