quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A Muralha Invisível


Pode parecer impossível, porque ela é verticalmente imensa,
e horizontalmente vai por extensões infinitas para os dois lados. Mas, para a nossa surpresa, está muito próxima 
do ponto de partida.

Fica lá, como uma barreira intransponível,
bloqueando o caminho para a verdadeira grandeza.
Não podemos passar por baixo.
Não podemos escalá-la. Não podemos derrubá-la.

Mas se, de olhos bem abertos, quisermos,
percebemos que há uma porta bem ali no meio.
Quando encostamos o ouvido nesta porta ouve-se a verdade que está do outro lado. Por isso sabemos que está tudo logo ali, do outro lado, como sempre esteve.

E ao tocar aquela pequena porta na imensa muralha,
tocamos os nossos corações, e descobrimos que ela 
não está trancada.
Só precisamos girar a maçaneta, abri-la e atravessá-la.
Na verdade, esta porta esteve e sempre estará aberta.
O tempo todo.

Pois é a porta de um único anseio
entre duas almas que se confundem,
se buscam, se alcançam,
por todas as direções e dimensões da eternidade.

É assim,
é assim que se define,
por maiores que sejam as aparentes contradições,
o amor que não se esgota.
Pois é amor que sempre brota
de uma fonte que sempre se renova
sustentando as mesmas raízes, as mesmas plantas,
os mesmos sonhos e esperanças,
do nosso eterno jardim.

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