sábado, 15 de março de 2014

Amor, Amor Sobre Tudo

O suposto anjo distorceu a verdade
quando imaginou que o demônio o quis ofender.
Quando na verdade não havia anjo, não havia demônio.
Quando na verdade ninguém desejou,
pois só o que havia era Amor.


Amor, amor sobre tudo, tu não és um mero afeto.
És, mais, a ação que nos faz existir, pois,
sem tu a vida se esvazia de si, 
e, assim, nada fica, nada sobra.
Tudo se ignora.

Como é difícil sustentá-lo longe dos paraísos, pois,
nossa natureza curvada não suporta o seu divino quilate.
O qual fica distantemente mais imenso, mais maçico,
quando nos encontramos no vazio que
o cotidiano instaura em nossos corações,
em nossas mentes, em nossas ações.

Ações que não resultam, que dão quase em nada,
ações que não acrescentam valores ao coração, à mente, 
à saude do corpo.
Portanto, disfuncionais.
Pois, são prematuras, superficiais e, por isso,
desprovidas de amor. Não amorosas, insalubres.

Amor, amor sobre tudo, 
quando da tua natureza nos distanciamos,
nos dissipamos em desejos que nos levam ao nada:
à eterna noite escura da alma.

Portanto, devemos amar.
Faça chuva ou faça sol, sob o luar sereno da noite límpida
ou sob o tempestuoso vento dilacerante: Amar. 
Essencialmente amar.
Mesmo quando
o pequeno amor esteja contido,
obscurecido, retraído
como uma pequena fagulha,
ao invés da chama.

Para que assim seja,
o que nos falta, as vezes, é uma afinação.
Um retorno ao paraíso 
de timbres e cores 
que perdemos aqui por perto.
Uma percepção mais amorosa,
por isso mais detalhada e
mais clara sobre tudo.
Um olhar mais simples
que é humano e alcançável.






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