sábado, 23 de agosto de 2014

Une fleur, une louange.




A partir dos próximos segundos
não quero mais cronometrar
o tempo que me separa de
mim mesmo, que atrasa a
reviravolta da minha história,
a germinação da felicidade que tanto anseio,
e que, por isso, sei que mereço:
seu pedúnculo, suas pétalas,
sépalas e núcleo.

Quero apenas reprogramar
o meu maior objetivo:
um desafio, uma exaltação,
não um lamento,
uma espera, muito menos,
um tormento.

Do fundo do  coração
brota uma sede sincera de louvor,
de arrebatamento,
para celebrar a beleza
das cores, das flores,
das manhãs, das maçãs,
das raízes e das sementes,
dos mares e das estrelas,
daquilo tudo que justifica
e dá significado à vida.

Quero então exaltar,
glorificar, tudo aquilo que
habita em mim
desde antes de mim,
e que irá, também,
além de mim.

Começo, então, escrevendo este louvor.

Louvar é, antes de tudo,
reconhecer e exaltar
valores imateriais, únicos em si,
e ofertá-los
ao próximo, aos amigos, à família,
a si mesmo, e, incondicionalmente,
ao criador de toda a realidade que
permeia, transpassa e costura
o espaço, o tempo e o que poderá
haver além.

Louvemos, então, a partir do coração,
sem dilemas, sem receios,
como em uma oração,
sem constrangimentos...

Reconheço e ofereço
o meu tempo, o meu pensamento,
o meu trabalho, o meu comportamento.

Reconheço e ofereço
a minha paz, a minha ternura,
o meu carinho, o meu discernimento.

Reconheço e ofereço
a minha palavra, o meu olhar,
o meu abraço,
o meu sorriso,
o meu respeito.

Reconheço e ofereço
a minha humildade,
a minha ingenuidade,
a minha simplicidade,
e o meu mais profundo segredo.

Reconheço e ofereço
o meu coração,
a minha alegria,
o meu perdão,
e, de tudo que há em mim,
o mais puro, pleno,
e verdadeiro Amor.


Como no milagre da palavra,
o Universo, em sua grandeza,
nos permite receber,
tudo isso junto
na expressão tão sincera,
na forma mais simples e bela,
de uma pequenina e singela flor.

Louvar é, pois,
oferecer a beleza da flor
como um elogio
a quem a recebe.





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